Tuesday, May 16, 2006

Vida vã

Olhar fixo
isento
O violão mudo o chama.
Já não escuta
Já não responde
A música está longe.
Os dedos procuram as cordas de aço.
O coração bate devagar, cansaço.
O pensamento vago, a(corda)!
Mãos trêmulas, frágeis.
Dedos rígidos, sem movimentos.
Lutam por sentimentos
Nas cordas enferrujadas.
Nova tentativa frustrada.
Lábios hesitantes, balbuciam
Palavras desconexas, o desejo
De ouvir o som de seu dedilhar.
Silêncio...
A dor explode em seu olhar.
Olhos esbugalhados,
Marejados de lágrimas.
Quer falar
Quer gritar
Já não pode.
Vida vã.
Sem violão.
Sem voz.
Pura agonia.
Contenta-se em ouvir
Os acordes imprecisos
Nos dedos do irmão a tocar !
Bem-te-vi-Benvinda Palma
Adm.SPP
))§((