Tuesday, February 27, 2007

PAINEIRA


Paineira

Sob a tua sombra
descansei
meus medos
minhas angústias,
minha dor

Sob a tua sombra
sonhei
momentos de alegria
vivi
A magia do verdadeiro amor

Sob tua sombra
ouvi
o trinar dos pássaros
nas tardes quentes de verão

Sob tua sombra,
sorvi
o néctar do perfume
que tuas flores singelas
exalavam
e me embriagavam
de forte emoção

Sob tua sombra
combati
as perdas
as pedras
os precipícios
os pesadelos
as prisões
chorei..

Sob a tua sombra
senti
o silêncio de minh’alma
Gritar a dor da solidão
As agruras da falsidade

Sob tua sombra
Vislumbrei
o céu azul abrir-se em
Flocos brancos de algodão
saboreei
momentos de êxtase
Cantei...
Meu canto de liberdade!


Bemtevi

Sunday, February 25, 2007


Uma rosa

Uma rosa escarlate
Ouro de mil quilates
Exalando amor verdadeiro
E que a minha solidão mate

Uma rosa rubra
Que de loucos beijos
Me cubra
E com enfurecido desejo
Me descubra...

Uma rosa amarela
Que espreite os meus sonhos
Que espante a tristeza
Pelas frestas da janela

Uma rosa sem espinhos
Que me toque com amor
Com a sutileza e o carinho
De um lindo beija-flor

Uma rosa em botão
Que desabroche a cada manhã
O Seu néctar orvalhado doce
E alimente o meu coração!

Uma rosa azul-lilás
Exótica,etérea, eterna...
Que nem o sol, nem a chuva
Nem a fúria do vento,
A destruísse jamais!

Bemtevi

Sunday, February 18, 2007

PALAVRAS

Palavras

Suas palavras frias, letais
Cremaram-me os sentimentos
Não quero cerimônia do adeus
Nem jogar as cinzas aos ventos
Ou em águas revoltas do mar
As ondas as trariam de volta
Solto meu grito de alforria
Entrego-as ao espaço infinito
Integro-as à poeira cósmica...
A outras galáxias do universo
Que sejam então engolidas
Pela fúria de um buraco negro
Que sejam imortalizadas
aqui nestes versos!

Benvinda Palma

CARNAVAL

Carnaval

Vamos desfilar os nossos versos
Carnaval, enredos diversos
No coração, na alma
Na avenida
Poetas pássaros, guerreiros
Que cantam o ano inteiro
Tecem com a palavra a fantasia
Sem plumas, paetês, purpurina
Sem máscara, confete, serpentina
com ritmo , cadência, rima
pobre, rica , rara, preciosa
Versos livres, brancos, prosa
Poemas, odes, sonetos, trova
Jogam seus devaneios aos céus
Ganham do prazer o troféu!

Benvinda Palma

DESPREZO

Desprezo

O seu desprezo
me consome
E Se você some,
fico sem chão
Sem ar
Sem fome...
Com a alma desnutrida
Tudo traz de volta você
A farda... um fardo...
No filme que passa na TV
Que frenesi...
A poesia, teu poema
O canto do bem-te-vi
A música de Vinícius
Este amor é mesmo um vício
Até um botão de Rosa
Que em meu jardim se abre
Me deixa louca de saudade-
Meu Deus ! Preciso te esquecer!

bemtevi



DESILUSÃO

DESILUSÃO
Já não sei dizer se te amo
Se finjo ou me engano
Cansada do frio que te sustenta
De ser a nuvem densa
que passeou no céu de teus sonhos
E se transformou em trevas
E em pouco tempo desaguou
Como as lágrimas sangrentas
Que meus olhos derramou.
Vivo agora das lembranças
Dos momentos que juntos vivemos
Momentos... apenas momentos
Carregados ao além-mar pelo vento
Nada restou em teu coração...
Que desilusão!
Sentimentos tão profundos
Que poderiam ter corrido o mundo
Evaporar assim.....
volatil(mente!!!)
Como perfume barato
Vagabundo...
Que evapora no próprio frasco?
Como uma estrela cadente
Que passa tão de repente
Sem deixar rastros, traços
Mas apenas o desejo
Em tê-la em nossas mãos?
Pobre ilusão!
Difícil entender
Os surtos, os curtos
O curso
dos caprichos teus
Parto com o coração partido
Cansada do frio que te sustenta.


Bemtevi

LÁGRIMAS

LÁGRIMAS

Pérola negra nas profundezas
De meus sonhos
Acordo com a lua cheia
Atrevida, debochada
Gargalhando
De minha solidão
O suor escorre em meu corpo
Surrado , assediado
pelas dores da ausência
O lençol de seda frio
O travesseiro encharcado
De lágrimas quentes--
Lavras da alma...
Suplicantes, sedentas
De teu beijo voraz
Frenético
Fugaz
Vertendo desejos vadios
Vândalos
Fêmea no cio
Face febril faz-se tensa
Saudade imensa
Arromba o coração!

bemtevi

SEDUÇÃO

SEDUÇÃO

Sei que sou pássaro ordinário
Plebeu,
Estupidamente apaixonado
Quem dera fosse ao menos canário
Do reino, da realeza
Com seu cantar lírico, dobrado
Para te seduzir com meu canto
Trazer-te para o meu canto
Fazer-te um belo recital
Mas a plumagem de pássaros raros
Glamourosos , atrevidos
Deixam-te embriagado, perdido
Roubam-te o equilíbrio
Mexem com a tua libido
Roubam-te a visão
Morrerei na solidão!

Bemtevi

MARCAS INDELÉVEIS

Marcas indeléveis

Gotas de mel
Nos parreirais
De Bento
Marcaram na parede
Do tempo
Nossos momentos de amor !


Bemtevi

LEMBRANÇAS

Lembranças

No dedilhar
das cordas enferrujadas
O som
de tuas palavras doces
E o pêndulo
do relógio a soar
Melodias de um tempo
de amor...

bemtevi

PAIXÃO

Paixão

Entre
Pássaros penas
Pintassilgos pardais
Palavras poemas
Plátanos parreirais
O pujante pulsar
Do amor a aquecer
Planos
A desfazer enganos
A brindar
O prazer puro
pleno
E a cada passo
sereno
Em caminhos plácidos
amenos
Pinceladas
de Picasso
A pintar o palco
Da paixão fugaz

Bemtevi

INGRATA PAIXÃO

INGRATA PAIXÃO


Meus olhos já não choram
Meus olhos já não imploram
Meus olhos já não buscam
A candura do teu olhar
Secaram-se os desejos
Secaram-se os sonhos
Secaram-se os versejos
Que às centenas eu teci
Para eternizar os momentos
Que contigo feliz eu vivi!
Apagaram-se as estrelas
Que derramavam lágrimas de luz
às nossas noites de amor
frenético, forte
de desejos fartos, febris
loucura!
Onde havia tanta ternura
Onde havia a essência
Que atraía nossos corpos
Com eloqüência... fissura
Para o gozo supremo -- os céus!
Hoje sinto o sabor amargo
da tua ausência
O néctar do mel foi roubado
O fel do desprezo
do descaso...
Do esquecimento....
Molha meus olhos cansados
Ofereço-me em sacrifício
Em troca deste maldito vício
E a Deus rogo a Liberdade
Quero ser queimada viva
Entrego a Ele minha vida
E sepulto junto a ela
Esta ingrata paixão!


Benvinda Palma




Amar-te

Amar-te


Amar-te é
Voar os céus
Na cauda da estrela cadente
Dançar uma valsa vienense e
Versejar na lua
Navegar nas vontades tuas
Gemer... grunhidos da loucura
Gozar... nas nuvens da doçura
E perder-se com os astros
Deixar riscos, rastros
De nosso amor no universo
E, registrado em nossos versos,
Ser-te imortalmente tua!


Bemtevi

PRA QUE MENTIR?

MENTIRA

Pra que mentir
Quando já não há mais
ternura em tuas palavras
Sorriso em teu olhar
prazer em nos falar?

Pra que mentir quando
O coração já não pulsa
Apenas o impulso faz-nos
O desejo despertar?

Pra que mentir
Quando os cacos do cristal
Esparramados pelo chão
Cortam-nos os pés
Penetram as nossas almas
Sangram nossos corações
Pra que mentir?


Benvinda Palma



Tuesday, February 13, 2007

FAVO DE MEL

Meus lábios ardentes
Sedentos
Devoram Deliciosa(mente)
toda esta doçura--
o sabor da tua
Saliva quente.
Bebida dos deuses
Essência de Afrodite
Pura embriaguez.
Doce carne nua
Trago-te o céu
em minhas asas
Cubro-te com meu véu
Levo-te à lua
que se transfigura
Ao esplendor do amor
Totalmente teu.
Inteiramente minha
Trago-te por inteira
No coração,
na carne
nas minhas veias!
Aspiro-te os poros
sugo tua última gota--
Favo de mel
Perco-me em teu prazer
Sorvo o néctar do delírio
e entrego-me a este deleite
num gozo adocicado.
^^Ludiro//Bemtevi
Deixo aqui registrado, meu prazer em poder fazer parceria com este grande mestre das palavras...amigo, parceiro, irmão... (Grande honra!)

'SOMETIMES"

“Sometimes”
Nossa conversa
Sempre versa
Sobre o verso
em prosa oupoesia
Que é o que verte alegria
Sangra lágrima
Dá luz ao sorriso
E o viver de nossas almas
Mas “sometimes” ousamos
Quando os sentimentos afloram
Quando o coração pede calma
As palavras ao vento jogamos
Falamos de tudo um pouco
Um pouco do nada
Até mesmo assuntos loucos
Que nos colocam a viajar...
Devaneios de poetas...
Vazio preenchido
Problemas repartidos
Cumplicidade secreta
Rimos de tudo --
De fatos pitorescos
Funestos
Solidão e tudo mais
Pois a vida é pura beleza
de uma tamanha grandeza
Não podemos deixar que a tristeza
Venha roubar-nos a paz!


^^Ludiro^^//Bemtevi