Sunday, February 18, 2007

INGRATA PAIXÃO

INGRATA PAIXÃO


Meus olhos já não choram
Meus olhos já não imploram
Meus olhos já não buscam
A candura do teu olhar
Secaram-se os desejos
Secaram-se os sonhos
Secaram-se os versejos
Que às centenas eu teci
Para eternizar os momentos
Que contigo feliz eu vivi!
Apagaram-se as estrelas
Que derramavam lágrimas de luz
às nossas noites de amor
frenético, forte
de desejos fartos, febris
loucura!
Onde havia tanta ternura
Onde havia a essência
Que atraía nossos corpos
Com eloqüência... fissura
Para o gozo supremo -- os céus!
Hoje sinto o sabor amargo
da tua ausência
O néctar do mel foi roubado
O fel do desprezo
do descaso...
Do esquecimento....
Molha meus olhos cansados
Ofereço-me em sacrifício
Em troca deste maldito vício
E a Deus rogo a Liberdade
Quero ser queimada viva
Entrego a Ele minha vida
E sepulto junto a ela
Esta ingrata paixão!


Benvinda Palma




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