Friday, June 30, 2006

Estupro dos Sonhos

Tão linda, tão meiga, tão pura
Uma fruta que não estava madura
Uma flor que apenas
começava a desabrochar.
Uma tristeza em seu olhar...
Um anseio, um desejo
A boneca na cabeceira
A vida, apenas uma brincadeira..
Um sonho: crescer para trabalhar
E os irmãos ajudar a criar
Uma explosão de sentimentos...
A fome...
A miséria
Sem pai,
Sem nome...
Mas, um animal feroz
Um homem vil, algoz
Vindo de outro lugar...
Um estrangeiro,
Oferece-lhe tanto dinheiro...
Fazendo-lhe mil promessas
Deixa a menina inquieta,
E ela começa a sonhar...
Com o carro
Com a casa...
Com seu canto...
Com o encanto
De se casar...
E se deixa levar!
Mas o monstro é implacável,
Devora seu corpo impúbere--
Sem clemência!
Deflora a sua alma,
Selvagem!
Roubando-lhe a inocência.
Hoje vive nas ruas,
Leiloando seu corpo,
Nua,
De sentimentos e de sonhos!
Só quer os irmãos sustentar!

Bem-te-vi-Benvinda Palma
Adm.SPP
))§((

2 comments:

Juliano Martinz said...

A flor desabrocha sim. Lá fora. Aqui dentro, nessas esquinas virtuais, desabrocha teu talento, profusão de palavras bem escolhidas, todo um universo de sentimento e pureza a nos colorir.
Em tuas palavras, também há lindeza, pureza, meiguice. A fruta, lá fora. Aqui dentro, Palma. Sempre Palma.

Anonymous said...

´UMA POESIA QUE FALA DA NOSSA REALIDADE, NUA E CRUA. DELICADA MAS TRISTE COM SABEDORIA E SENSIBILIDADE A FLOR DA PELE.
UMA POETISA E TANTO!
ROSINA