Sunday, November 12, 2006

Cai(Ana)

Cai(Ana)

Seu corpo estava pesado...lasso.
Enlaçado com a dor!
Trabalhara o dia todo
Sob suor e chuva
Bóia fria, viúva
Estômago vazio
Coração fraco, frio...
Tinha que terminar o eito
Fazer tudo direito...
E cortava , e cortava, e cortava
a cana—Cai(Ana)--
com gana,
com dor ....
e sonhos: queria saber ler!
Tentar a vida na cidade!
Era preciso correr...
era preciso conseguir a meta final...
receber os míseros dez “real “
compraria leite pro filho,
um caderno...
Seu remédio,
Arroz, feijão..
Não sobraria nenhum tostão!
Fim de jor(nada)
Uma angústia surge, do nada?
O suor escorre-lhe na face,
Precocemente envelhecida
Coisas da vida?
O peito comprimido.
O comprimido!
O sangue no vestido.
Um suspiro.
Sem dizer adeus!
O corpo ali...
Cálido
caído no chão!

Benvinda Palma

2 comments:

virgínia além mar floresta vicamf / said...

Benvinda Poeta Maior
comovente !
Parabéns por teu talento e capacidade de afetar com teus versos.
Afetuoso abraço tua sempre
leitora e amiga,
virgínia
ET > Noemia Fulber ( minha mãe ) é tua Fanzona também

Anonymous said...

"Fim de jor(nada)"

oiiii... vim te visitar...

essa frase da jor(nada) foi genial!!!

beijos... beijos...