Monday, February 06, 2006

Filhos

Amei-os com a força
De uma fera indomável
O coração em ritmo desordenado.
Bombeando nas veias o amor

Nada havia
Além de vocês
Neste planeta
No universo !
Entreguei-me inteira,
Como me entrego a esses versos
Deixei sonhos para trás,
adiados, esquecidos, perdidos
Para vivê-los com a sabedoria de um sábio
A paciência de um monge
A ousadia de um cego na direção
Com a paixão abrasadora do adolescente
Para vivê-los amanhã, quem sabe,
Morrer com eles dentro de mim
Sepultá-los em meu caixão
Levá-los para eternidade, enfim!

Hoje penso que tudo foi em vão.
Surpreendeu-me o desabafo
Agora, já nem sei o que faço!
Fiquei nocauteada!
Pensamento paralisado
Alma dilacerada
Coração petrificado!

O peso do fardo fatigante
Desafiou a física
A dor pungente
Deixou-me amarga
Rude, azeda, doente!

Não consegui.
Falhei.
Faltou mel. Sobrou fel.
Exagerei no tempero.
Coloquei pimenta demais!
Aí a comida foi indigesta.
Causou náuseas.
Úlceras na alma
No coração!

Pelos erros,
pela covardia,
pelo fracasso
Peço-lhes, então
ainda que tarde,
Perdão!

Benvinda Palma

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