Monday, February 06, 2006

Garça Solitária

Toda manhã nos encontramos ali
As águas plácidas e turvas do lago
Banhadas pelos primeiros raios de sol
O cheiro acre dos cardumes de peixes
Que borbulham, débeis, exasperados
Pelo óleo cru asfixiados, crucificados!
Esgoto fétido, garrafas, detritos ao léu
resíduos de tantos outros poluentes
irresponsavelmente ali lançados
deixam-na só, triste, faminta , fiel!
A brisa leve e fria acaricia meu corpo
Pesado, cálido, cansado, contumaz!
Caminhando, correndo, com pressa,
Devorando o tempo curto, fugaz!
A cada novo dia, Garça solitária
Sua graça, seu glamour, seu encanto,
Suas plumas leves , alvejadas , brancas
Deleitam-me , inspiram-me um novo canto!
Um canto do coração, das entranhas, da alma!
Seus vôos rasantes , breves, serenos
Tranqüilizam meus passos apressados
Sua altivez, seu garbo, sua candura
Transportam meu espírito pra outro lugar!
Etéreo, aonde só os anjos chegam afinal !
Pensamentos elevados me levam a pensar
Deus a fez de maneira muito especial
Com um propósito único sim, singular
Tu trarás contigo o símbolo da PAZ!

Benvinda Palma

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